sexta-feira, 8 de abril de 2011

O exercício da cidadania contra a violência

AVM Faculdade integrada Curso de Pedagogia


Disciplina – Políticas Educacionais

Professor Antônio Ney Alunas: Adriana Carneiro da Rocha; Ana Alice Gomes dos Santos; Nábia Bokehi Bonanno; Sonia Aparecida de Oliveira Condutta; Suzana Iris Terra dos Reis. Grupo: AMBAR Data: 08/04/2011
O EXERCÍCIO DA CIDADANIA CONTRA A VIOLÊNCIA

É uma pena a escola ter mudado tão pouco em nosso processo histórico, repetindo os mesmos modelos ano após ano. Até os dias de hoje percebe-se uma organização centrada em projetos pedagógicos absolutamente conteudistas e disciplinadores. Aliados a falta da parceria das famílias e a contextos divergentes com as condições culturais e sócio-econômicas do alunato.


Passamos para uma realidade em que os professores se tornaram proletários, as escolas prestadoras de serviço e pais e alunos consumidores. Cada eixo deste tripé tem o objetivo diferenciado, não se consolidando assim em um espaço democrático com metas coletivas. Os professores se tornaram proletários e sentem-se injustiçados pela péssima remuneração e condições de trabalho, o grande número de alunos por professor; e muitas vezes não estão implicados com a escola e com as famílias (consumidores). Em contrapartida a escola enquanto prestadora de serviço tendo em seu quadro professores insatisfeitos e alunos e famílias sem leis, se sentem impotentes e mantém este “status quo”. Os alunos por sentirem o conteúdo pedagógico tão diferente de sua realidade, preferem outras formas de se organizarem socialmente, como o tráfico e a utilização de armas. Na perspectiva de consumidores o que vale é o TER (dinheiro, poder, vantagem) e não o SER. Desde pequenos quando escolhem o tênis que acende luz, os jogos eletrônicos atuais, e selecionam seus pares a partir destes critérios. O desdobramento da falta de união dos interesses das escolas, dos professores e dos alunos é quando se instalam grandes rusgas na comunicação, culminando na violência.




A possibilidade de se pensar um projeto político pedagógico na escola, que transforme esta realidade acima citada em um espaço democrático, precisa percorrer um caminho pela conscientização de todos por um interesse em comum. Primeiramente criar canais de comunicação como assembléia de alunos para discutirem temas de interesses da coletividade, onde possam ampliar sua visão de mundo; criar conteúdos programáticos contemplando a realidade e o interesse de seus alunos para que não se tornem a margem ou excluídos do sistema educacional, criando condições para que as individualidades sejam reconhecidas, tornando-os sujeitos de sua própria história; elaborar planejamentos participativos em prol do sistema de crenças, regras e valores do espaço escolar, para que sejam responsáveis e atuem como cidadãos.




É de fundamental importância que os gestores escolares sejam sensíveis às necessidades do corpo docente que os envolvam em seu projeto político pedagógico e deixem de atuar enquanto meros prestadores de serviços aos consumidores, construindo assim uma equipe com objetivo comum na educação para cidadania, uma formação de qualidade e que tenham uma relação de transparência com as famílias.




A participação das famílias é muito importante no acompanhamento, no diálogo, na contribuição e na confiança; para a consolidação da filosofia educacional da escola.




É preciso combater a violência com projetos claros e sólidos e não domesticando, ou tentando disciplinar de forma coercitiva, garantindo que todos os agentes (escolas, professores, alunos e famílias) sejam escutados em seus objetivos fundamentais, com o compromisso de viabilizar e transformar a escola em uma educação para vida.

Parafraseando Freire (1987, p.47): “É verdade que, sem liderança, sem disciplinas, sem ordem, sem decisão, sem objetivos, sem tarefas a cumprir e contas a prestar, não há, organização e, sem esta, se dilui a ação revolucionária. Nada disso, contudo, justifica o manejo das massas populares, a sua “coisificação”. (...) Não é como “coisas” já dissemos, e é bom que mais uma vez digamos, que os oprimidos se libertam, mas como homens.”
Bibliografia: Freire, Paulo, Pedagogia do Oprimido, 17ª Ed. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1987.


Foto realizada em uma Escola de Educação Infantil de crianças de 4 anos, onde exercem a cidadania elaborando um cartaz com o objetivo de conscientizar a comunidade escolar sobre os cuidados para com ela.

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